Nos dias 5 a 7 de Novembro de 2012 realizar-se-á o 2º Seminário Internacional de Arquitectura, Urbanismo e Design da Academia de Escolas de Arquitetura e Urbanismo de Língua Portuguesa, com o título Palcos da Arquitetura. Os Arquitectos Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura e Dr. Ângelo Oswaldo (Prefeito de Ouro Preto) já estão confirmados para o evento que terá lugar em Lisboa, nas instalações da Faculdade de Arquitetura da UTL.
Arquitectura e representação, entendendo esta última na sua acepção mais lata, isto é, como um modo de tornar presente o que está ausente, surgem, como conceitos, mutuamente implicadas. Não é raro, aliás considerarmos que a arquitectura, em certos aspectos, não é muito mais do que isso: pura representação. Porquê? Porque o espaço que ela inaugura se desenvolve sobretudo no plano do simbólico: a interioridade e a exterioridade separadas por fronteiras com significância. A arquitectura não poderá jamais ser o simples invólucro de espaços destinados a actividades. A Arquitectura qualifica as actividades que no espaço por ela definida se desenvolvem e confere estatuto aos seus habitantes. Trata-se, assim e em primeiro lugar, de encarar aquilo que a arquitectura quer dizer. Por aqui, a arquitectura exibe e exibe-se através de formas significantes.
Não é verdade que é, desde o momento em que o espaço enquanto forma reenvia para qualquer coisa diferente desse mesmo espaço, como extensão, por exemplo, que consideraremos as significações da arquitectura? Desta forma, o espaço só adquire espessura semântica quando se torna algo diferente dele mesmo, sobretudo para quem o vivencia. E a Arquitectura transforma-se, então e antes do mais, numa espécie de veículo. De resto, o próprio acto de habitar humano implica um processo deste tipo. É isso, aliás, que dá à Arquitectura o poder de qualificar o espaço.
Não será, assim, estranho que dediquemos alguma reflexão ao facto de a arquitectura, como toda a representação, exigir sempre um palco. Esse é o tema de Palcos da Arquitectura.
O Seminário será organizado durante três dias com sessões de apresentação de comunicações e discussão em mesas redondas durante os períodos da manhã e da tarde. Todos os dias terá lugar a apresentação de uma conferencia por um arquitecto de renome internacional.
O programa do Seminário integrará ainda visitas de estudo e jantar de encerramento.
TEMAS
- 1. Arquitectura dos Símbolos
- (o objecto arquitectónico como suporte de simbolismos)
- 2. Espaço e Poder
- (o edificado como cenário da ordem institucional)
- 3. Arquitecturas Escritas, Ditas e Filmadas
- (arquitectura e urbanismo enquanto objectos de descrições na literatura e nos média)
- 4. Tecno-Arquitectura
- (as tecnologias de ponta exibidas retoricamente)
- 5. A Cor da Invenção
- (tendências e correntes do Design contemporâneo)
- 6. Arquitectura Verde
- (o pensamento ecológico na sua vertente projectiva)
- 7. Filosofia e Arquitectura
- (explicações e justificações do pensamento arquitectónico)
- 8. Um Design sem Tempo
- (o grau zero das formas)
- 9. Arquitecturas da Lembrança e do Esquecimento
- (arquitectura que celebra ou esconjura a História e a Tradição)
- 10. O Lugar dos Não-lugares
- (a paisagem urbana nos sonhos e nos pesadelos)
Destinatários
A apresentação de comunicações está aberta a docentes universitários, investigadores, alunos de mestrado e de doutoramento, bem como alunos dos mestrados integrados do 2º ciclo e estagiários.